Relatórios de Projectos




“Formação no Distrito de Namuno com nossos novos voluntários.
Foi muito bom esta formação e já temos frutos.
Pudemos visitar 4 aldeias e encontramos 5 casos novos de lepra MBA.
Assim estarei aqui 2 semanas se Deus quiser. Liguei para o supervisor Provincial e vai enviar medicamentos. Assim, estou muito feliz por poder ajudar a estes nossos irmãos. Graças a Deus e a vocês. Deus abençoe e proteja sempre a APARF.“













“A maior consequência da doença de lepra são as feridas e as amputações de membros, mas agora temos uma luta contra a epidemia da malária. Especialmente neste tempo de frio, todos os dias, recebemos seis ou sete receitas de cada família com malária, pneumonia, febre tifóide entre outras.
Também fizemos algumas melhorias nalgumas casas: fechaduras, cadeados, correntes, pois há muitos ladrões que entram nas casas e ameaçam as pessoas roubando o pouco que têm.
Comprámos também sementes de milho, feijão, abóbora e algumas hortaliças, que têm ajudado na agricultura de subsistência. Pelo menos agora não estão com fome, foi para eles uma riqueza muito grande. […]
Aqui fica o nosso grande agradecimento pela vossa imensa compaixão pelos pobres indefesos. Os nossos doentes já estão muito melhor, graças a Deus e aos vossos medicamentos. Não sabemos demonstrar tanta gratidão expressa na entrega de cada medicamento, curativo, alimento, entre outros… que em muito amenizou o sofrimento do nosso povo.“

























“A maior desgraça que vos pode suceder é não serdes úteis a ninguém, e a vossa vida não servir para nada” – Raoul Follereau
Na verdade, mesmo com tanta pobreza, que não conseguimos erradicar, e que vocês vislumbram tão bem (como se cá estivessem!), pois existe muita gente com fome, sede, sem água para as necessidades básicas, etc. A vossa ajuda monetária (e não só) consegue apoiar uma refeição razoável (constituída geralmente por farinha de milho ou arroz, acompanhada de feijão com repolho, ou salchichas), oferecida a cerca de 300/400 pessoas, na maioria crianças, 1 vez por semana.
A distribuição das refeições, nas imediações da futura paróquia, exige muita disciplina da nossa parte, pois a fome, cremos nós (porque nunca a sentimos desta forma), leva a que determinados valores como a confiança, a espera, a ajuda mútua, ou até mesmo a gratidão fiquem feridas, numa inversão de valores, o que pede muita compreensão da nossa parte.
Acreditamos assim, que para além de satisfazer uma necessidade básica de qualquer ser humano, oferecemos a esperança e nós mesmos sentimos que não estamos sós, nesta missão cristã de ajudar os irmãos que precisam do nosso apoio e que sabemos continuarem a precisar, pois, além, da falta de chuva, ainda existem muitos problemas em Angola, como a falta de saneamento básico, energia, desemprego, analfabetismo, e falta de acesso a cuidados básicos de saúde.
Importa referir, também, que este trabalho só se torna possível com a colaboração de senhoras que antecipadamente confeccionam, em suas casas, parte da refeição e voluntários que se juntam, neste dia, para a distribuição e organização das pessoas beneficiadas. A inclusão de jovens na distribuição das refeições tem constituído uma mais-valia para a valorização da sua generosidade e sensibilidade para com os que sofrem.

























O apoio económico das mulheres é muito importante. A este respeito, a alfaiataria é vista como um meio importante para as mulheres ganharem o seu sustento e contribuirem para a sua independência económica. A formação em alfaiataria é considerada muito boa. Durante a formação as beneficiárias aprenderam e desenvolveram competências em costura e trabalho de alfaiataria.
Realizamos todas as actividades previstas no projecto e as beneficiárias ficaram muito satisfeitas. O resultado é realmente maravilhoso. A independência destas jovens, filhas de doentes de lepra, foi iniciada.
Neste momento, o conselho da Sociedade dos Doentes de Lepra de St. Joseph, Kalasapakkam, agradece com sinceridade à Associação por ter ouvido os gritos destas 30 jovens, filhas de doentes de lepra, a quem foi oferecida uma nova vida. Este projecto permitiu-lhes, não só dar independência económica, como também competências empresariais de marketing e sobrevivência necessárias para sobreviverem na sociedade. A equipa de St. Joseph é muito dedicada. Trabalharam contra-relógio com o objectivo de ajudar estes infelizes a dar um passo em frente. Todo o crédito vai para os doadores que de uma forma muito generosa se preocuparam com as meninas mais pobres. Se existe um maior progresso, é devido ao vosso apoio.

































O Posto Administrativo de Mitande está situado numa zona rural, onde as pessoas ainda não têm acesso a água canalizada, servem-se de poços e furos no seu dia-a-dia […] a maior parte das pessoas vive, geralmente, em casinhas erguidas com blocos feitos de terra local, capim e bambu. A principal actividade económica é a agricultura de subsistência, rudimentar, dependente das condições climatéricas, com uma colheita anual, em Maio/Junho, o que deixa muitas famílias numa situação de constante vulnerabilidade.
Inserido no projecto que tem sido desenvolvido anualmente neste Posto, pretendeu-se com este projecto apoiar as famílias das pessoas que foram atingidas pela doença de Lepra/Hansen e que se encontram a fazer o autocuidado, bem como outras famílias que por motivos de doença, viúvez, ou outro tipo de incapacidade, sobrevivem com muitas dificuldades. Este apoio foi concretizado em bens alimentares básicos, produtos de higiene, em material de apoio para o início de uma actividade económica rentável, apoio ao transporte de doentes para o hospital de referência em casos graves, manutenção e reposição de máscaras enquanto dura a pandemia.

































“O Centro Marovahy é uma antiga leprosaria inaugurada a 18 de Abril de 1971 na Diocese de Mananjary, localizada a 7,5 km da cidade. Actualmente é um Centro Básico de Saúde de Nível II (CSBII) e trabalha em estreita colaboração com o Centro Hospitalar do Distrito de Mananjary.
Apoia especificamente pacientes com hanseníase e tuberculose tal como presta cuidados aos pacientes com patologias gerais (malária, doenças digestivas, pneumopatias, etc.).
O dispensário possui 70 camas com 1 consultório, 1 sala de reabilitação, 1 sala de tratamento, 1 sapataria, 1 laboratório, 1 farmácia, 1 cozinha ao ar livre disponível para os familiares dos pacientes, 1 edifício que serve de refeitório e cozinha para os doentes de lepra e 1 cozinha para os pacientes com tuberculose.
Os objectivos e natureza das intervenções são: detectar e identificar a doença (Hanseníase, Tuberculose, outros); fornecer cuidados médicos específicos e gerais de acompanhamento; melhorar o estado de saúde dos pacientes; prevenir as várias complicações causadas pela hanseníase e tuberculose; reduzir as taxas de mortalidade; ajudar os pacientes curados na reintegração social.
As principais acções são: informar e sensibilizar as autoridades locais sobre os problemas vividos pelos pacientes; detectar novos casos de hanseníase e tuberculose; informar, educar e comunicar aos doentes e às pessoas com quem convivem e capacitar o pessoal de saúde.
Em 2019, a taxa de pacientes com tuberculose aumentou muito por causa da desnutrição e da ingestão de muito álcool e tabaco. Também há novos casos de hanseníase.































Na Sociedade de Doentes com Lepra de S. José (St. Joseph’s Leprosy Patients Society), todas as famílias estão a receber ajuda de outras pessoas (mendigando). É muito difícil gerir as famílias nesta situação de pandemia COVID-19. Com o confinamento as pessoas não puderam sair e deixar as suas famílias. Foram distribuídos medicamentos, máscaras, desinfectante, sabão e um saco de arroz para cada uma das 65 famílias. Um saco de arroz é muito útil para todas as famílias.
Para fazer o tratamento das deformidades e úlceras dos pacientes afectados com lepra/hanseníase, devem viajar cerca de 65 km do distrito de Salem da sua cidade natal. Era muito difícil fazer estas viagens então, planeámos começar uma mini clínica no mês de Julho de 2021. Foi muito útil para os pacientes com lepra/hanseníase durante o período de confinamento. No entanto, todas as pessoas com a doença de lepra/hanseníase com mais de 55 anos, são facilmente afectadas pelo COVID-19. Nesta situação, não são capazes de se sustentar sozinhos, ficam totalmente dependentes da nossa sociedade.
Agora sentem-se um pouco mais felizes por conseguirem suprimir as suas necessitadas através da vossa ajuda. Todos aqueles que receberam a vossa ajuda expressam os sinceros agradecimentos e sentimento de gratidão para toda a vida. Estarão sempre presentes nas nossas orações.































Apesar de ter sido um ano com muitos desafios a nível mundial fizemos de tudo para não parar a nossa missão de espalhar amor e esperança aos nossos irmãos afectados pela lepra e pela grande crise humanitária que está a gerar esta guerra no Norte da nossa Província. Assim, este ano, devido à pandemia do coronavírus as actividades moveram-se a um ritmo diferente, não obstante, graças a Deus, consegui visitar e acompanhar alguns distritos onde temos os nossos irmãos afectados pela lepra.
Comprei bastante medicação para tratamento de outras doenças de pele como: dermatites, tinhas, micoses… para não os deixar à sua sorte quando chegam para ser avaliados. Também ajudei dois refugiados que ao fugir das suas aldeias fracturaram a perna, tendo assim comprado muletas para auxiliar na sua recuperação. Estou a referir dois factores porque o valor das despesas de farmácia foi um pouco mais elevado. Também acompanhei a consulta de oftalmologia e compra de óculos a 4 pessoas, RX e análises.
Também este ano, devido à fome que estão a passar, e esta difícil situação, em vez de dar meia barra do sabão a cada um, dei uma barra inteira e um saco pequeno de sumo em pó. Também providenciei chinelos aos mais velhos e pobres que careciam deles.
Neste ano implementou-se em vários distritos a formação, em algumas aldeias, de grupos de comité de gestão da doença de lepra.
Esta acção está a dar resultados positivos pois são grupos onde envolvemos pessoas que pertencem à estrutura da aldeia: chefe, líder, algum representante da igreja católica e muçulmana, agentes da saúde (parteiras, activistas de distintos programas e os afectados pela lepra). Estes juntam-se para diagnóstico da fase inicial de novos casos de lepra para poderem ser tratados mais cedo e, de alguma forma, evitar mais contágios.
Na nossa Província de Cabo Delgado, apesar de não se ter trabalhado nas aldeias nos distritos do Norte por causa dos conflitos armados, e não ter trabalhado tanto nos restantes devido à pandemia, foram diagnosticados 289 casos novos, dos quais 50 são crianças. A taxa de prevalência é de 2,1% por 10.000 habitantes. Ainda fica muito por trabalhar para poder erradicar esta doença e conseguir chegar o mais cedo possível para evitar grandes deformidades nos afectados.

































Este Projecto veio apoiar o Centro Lambaréné, localizado em Pemba, e permitiu dar acompanhamento psicossocial e sanitário a um número de 25 doentes de lepra com necessidades especiais e com graves complicações, alguns vindo das aldeias e acolhidos a curto ou longo prazo, outros residentes na cidade de Pemba. O apoio realizou-se nas seguintes áreas:
ATENDIMENTO MÉDICO E MEDICAMENTOSO DOS DOENTES
O Projecto possibilitou a remuneração de um Técnico de Saúde que, além de garantir a cura diária das úlceras lepróticas no Centro, fez um acompanhamento qualificado às práticas de autocuidado para a prevenção de deformidades e realizou a avaliação contínua das reacções lepróticas bem como os pré-diagnósticos dos casos suspeitos de lepra que se apresentaram.[…]
REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA E PREVENÇÃO DE DEFORMIDADES
Além das actividades diárias de autocuidado, os doentes tiveram acesso a sessões diárias de reabilitação física. Até ao início da pandemia, a participação média foi de nove pessoas por dia, sucessivamente limitou-se a quatro. […]
FORTALECIMENTO ECONÓMICO
No âmbito do fortalecimento económico, ao longo dos 13 meses foi facilitada a aprendizagem de projectos de criação de rendimento nas seguintes áreas: alfaiataria, olaria, gestão de moagem, cestaria e vassouras de coqueiro, agricultura, produção de multi-mistura-mistura nutricional em pó e projectos de poupança.
Estas Actividades, além de favorecerem o desenvolvimento das habilidades pessoais, criaram uma mentalidade favorável para um futuro auto-sustento, facilitando a posterior integração na família e na comunidade. Algumas delas serviram também de terapia ocupacional para a recuperação psicossocial de alguns doentes vindos de uma experiência prolongada de isolamento social e marginalização. […]
APOIO PSICOSSOCIAL
Nesta área foi dado um acompanhamento individualizado a cinco doentes, três mulheres e dois homens afectados por estigma social. Foi realizado um Plano Personalizado de Reabilitação e Integração tendo em conta os efeitos físicos, psicológicos e económicos provocados em cada um pela doença da lepra incluindo acções no âmbito psicossocial, de saúde, habitação e fortalecimento económico.
Este acompanhamento ajudou a melhorar a falta de auto-estima, autoconfiança, apatia, assim como as dificuldades de socialização e convivência em grupo ou em família. […]
Para além destas actividades, o Projecto suportou os gastos de funcionamento do Centro que ao longo destes meses ofereceu serviços de assistência, cura e reabilitação a 25 pessoas. Isto implicou a distribuição de três refeições diárias, produtos de asseio e higiene, entrega de roupa, sapatos, óculos e outros artigos de uso pessoal.
Agradecemos este apoio que é de grande utilidade para poder dar acompanhamento às pessoas mais vulneráveis devido à lepra, já que nos permite garantir as condições necessárias para a sua reabilitação de forma integral, a fim de que possam voltar a ser pessoas integradas na comunidade com dignidade e esperança e capazes de prover as suas necessidades básicas em autonomia. Combatemos com isso os efeitos do estigma social que deixa feridas profundas na existência das pessoas atingidas por deformidades causadas pela lepra. Cientes de que o processo de cura e reintegração social é lento e difícil, apostamos no desafio e acreditamos que isso é possível.
Gratas pela atenção e o apoio oferecido, recebam as nossas cordiais saudações com desejo de boa saúde neste tempo de pandemia.

































Moçambique combina um interior rural extremamente pobre, com infra-estruturas arruinadas e uma incipiente vitalidade económica na zona litoral, onde as oportunidades de negócio se têm vindo a expandir, sem que, porém, dos lucros destas actividades cheguem à população mais necessitada.
A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares. É praticada manualmente em pequenas explorações familiares. Produz-se milho, feijão, mandioca e amendoim. A criação de gado é significativa em algumas zonas. Não existe indústria. A principal actividade económica, além da agricultura de subsistência, é o pequeno comércio informal.
Apesar da fertilidade na zona e das actividades agrícolas, a má nutrição é ainda um problema sério entre os mais vulneráveis, sobretudo entre os doentes e os idosos.
O apoio financeiro solicitado foi aplicado na compra e distribuição de bens alimentares (milho, arroz, feijão, açúcar, sal, etc.) que são distribuídos mensalmente (cabaz alimentar) aos doentes que vivem na aldeia-Centro Hanseníase de Nkondezi, gerido pelas Irmãs Mercedárias Missionárias, na diocese de Tete.
Beneficiaram deste apoio alimentar 40 pessoas (doentes de lepra, tuberculose e carenciados) do Centro Hanseníase de Nkondezi-Zobwe.































O referido pedido de apoio à captação de água na aldeia de Nonkhenene, município da Matala, provincia da Huíla, nomeadamente para a escola do Projecto MELIKA, é uma mais-valia, não apenas para as crianças, mas para todos os aldeões, porque será a única fonte de água potável.
Um furo de água nesta escola, além de permitir que as crianças bebam água potável, será um primeiro passo para a criação de novos projectos que permitirão mais saúde e maior rentabilidade escolar.





























“A nossa comunidade missionária une-se numa só alma e num só coração aos nossos beneficiários para lhes expressar, com profunda alegria, o nosso agradecimento e eterna gratuidade por este belo gesto solidário e sensível que vós, seguindo os passos de Cristo, tornaram possível de maneira muito rápida.
Sem dúvida que este nobre gesto de generosidade veio, não só, permitir que tenhamos água e continuar com esta obra de Deus, como também foi possível evitar qualquer doença a que estavam expostas as nossas beneficiárias pela falta de água.
Com este donativo foram compradas duas bombas para os dois furos que já não funcionavam (tal como se aprecia nas fotografias) e a sua respectiva instalação que neste momento, com a graça a Deus, já estão a funcionar, ficando de momento solucionado o problema que humanamente nos mantinha muito aflitos, pelo facto acima já referido.”



























Chegamos ao fim dos projectos de educação e saúde para este ano de 2021. Os resultados são positivos, 46 alunos terminaram o ano lectivo: 12 do ensino fundamental, 31 do ensino médio e 3 do ensino médio.
Entre os desafios, temos famílias não estruturadas, como mães jovens, idosos abandonados, famílias que passam meses a realizar tarefas agrícolas. Como consequência, muitos jovens acabam por abandonar a escola ou tendo uma gravidez indesejada. A isto juntam-se as distâncias e a falta de estradas que os jovens têm de percorrer para os centros de estudo.
Em relação à saúde, fizemos 4 operações à apendicite e cistos, além de duas meninas que não resistiram às operações e morreram por lhes ter sido detectado cancro em fase avançada.
Graças à coordenação com os agentes de saúde, tivemos 15 consultas para: malária, febre tifóide, rubéola, epilepsia, partos e desnutrição, etc.
Há a destacar os desafios na prevenção e acompanhamento dos casos de HIV nas novas gerações. Desde o início de 2020, apenas um pequeno círculo de autoridades e ministros na capital Kinshasa recebeu uma ou outra dose da vacina anti-Covid, até o momento em toda a República, não chegaram nem reagentes nem vacinas. É um milagre que o número de casos positivos não tenha disparado.



























“Desde a sua criação em 2004, o Hospital de São Michel, presta um bom serviço à sua área de responsabilidade e mesmo fora dessa área. No entanto, só a recuperação de custos não é suficiente para fazer face às despesas. Por esta razão, necessita de ajuda externa para fazer face a uma parte das suas despesas.
Esta dificuldade decorre, em parte, da população pobre. Perante esta situação de pobreza, e uma vez que o papel do hospital é salvar vidas humanas, face a casos de saúde, não podemos dar-nos ao luxo de fechar as portas a quem vem para os cuidados de urgência e que não tem dinheiro. Por outro lado, estando numa zona não electrificada, o hospital tem de se orientar com geradores cuja operação custa muito dinheiro.
Por isso, gostaríamos de acrescentar um investimento no fabrico de inputs para a gestão gratuita da desnutrição, subsidiando o soro antiveneno para a terapia da picada de cobra, que continua a ser um problema diário e preocupante nesta parte do Chade, e também no tratamento através de transfusão em todos os pacientes pediátricos e mulheres na gravidez anémica com níveis de Hemoglobina abaixo de 4gr/dl, devido à forma anémica da malária grave
O USO DE DOAÇÕES APARF:
Em 2019, o Hospital de São Michel recebeu doações da APARF no valor de 32.797.850 FCFA. Este auxílio tem sido utilizado mais ou menos como em 2018:
10.500.000 FCFA foram utilizados para a compra de medicamentos, incluindo soros antivenenos que são comprados e vendidos a pacientes a um preço subsidiado, metade do preço de compra, permitindo-lhes beneficiar deles. Sem uma ajuda, o custo do tratamento dos casos de picada de cobra ascenderá a mais de 120.000 FCFA.
Foram investidos 19.290.850 FCFA na aquisição de medicamentos de primeira necessidade;
Foram utilizados 2.297.000 FCFA para a aquisição de produtos agrícolas (cereais, feijão, amendoim, etc.) para a preparação de refeições para o Centro de Apoio Nutricional.
710.000 FCFA para consumíveis para transfusão e suporte à maternidade (bolsa, gsrh, teste de sífilis, agHvc, agHbs, transfusor, etc.).
CONCLUSÃO
Eis uma breve apresentação da avaliação clínica do hospital e das dificuldades que enfrenta.

























Relatório médico da viagem Amwêlê à Ilha de São Tomé e Ilhéu das Rolas:
Durante esta viagem de sete dias, várias foram as acções da Amwêlê junto da população visitada – percepção das dificuldades e maiores necessidades das diferentes zonas visitadas, entrega de bens materiais (vestuário, material escolar, utensílios para bebés…), mas também espalhar alegria e novos sorrisos.
No que diz respeito ao acompanhamento médico, percebemos que a assistência médica é parca no sul de São Tomé e no Ilhéu das Rolas, não havendo acompanhamento regular de doenças já conhecidas. Muito poucos referiam o conhecimento de antecedentes pessoais relevantes (3 casos de febre tifóide, 3 casos de hipertensão arterial conhecida), e dos hipertensos não existia uma medicação regular e eficaz (apenas um doente referiu ser medicado, apenas com um fármaco pouco eficaz no decréscimo dos seus valores tensionais, e que já não tomava no tempo presente porque não tinha acesso a maior quantidade). Observamos duas situações de feridas dos membros, que não estavam a ser acompanhadas por médico ou enfermeiro, nem a realizar os adequados tratamentos de penso. Disponibilizámos fármacos para tentar debelar a infecção apresentada, no entanto não conseguimos garantir tratamento adequado de penso das feridas.
Como estipulado nos objectivos da viagem, foram realizados rastreios médicos à população que concordou acorrer à nossa proposta. Foi realizada a medição da altura, peso e variáveis biométricas dadas pela balança (não possíveis em menores de 18 anos), pressão arterial, frequência cardíaca e glicémia. […]
Tendo em conta os dados apresentados, vemos que a desnutrição na população rastreada é visível sob a forma de baixo peso e excesso de peso ou obesidade – o baixo peso visível nas crianças, e o excesso de peso e obesidade visto nos adultos, na sua maioria mulheres. Isto denota uma má alimentação, muito provavelmente no que diz respeito à qualidade e pouca variedade dos alimentos ingeridos, à sua forma de preparação (muitos fritos) e à quantidade errada em que são consumidos. Foi notório, após conversa com as crianças na escola, que as mesmas comem 2 a 3 refeições por dia, sendo que o almoço, na maioria das vezes, se trata de uma peça de fruta. Não há entrega de refeições na escola, e isto faz com que a alimentação seja parca ao longo do dia. Há um mau acompanhamento médico destas pessoas, que na sua maioria desconhecem problemas de saúde que depois se revelam no rastreio. Maus acessos aos hospitais no Sul, que ficam longe das suas residências, e pior acesso a fármacos no caso de doença, seja crónica ou aguda.
Denotamos também uma grande precariedade no que diz respeito à higiene oral, apresentando, muitas das crianças observadas, cáries dentárias. Denota-se um pedido constante de doces por parte das crianças, e nenhuma das crianças questionada tem hábito de lavar os dentes ou possui, sequer, uma escova de dentes no domicílio.





























Após o início do projecto de aleitamento, em 2017 […] verificam-se algumas variações na distribuição das latas de leite ao longo do ano. O decréscimo deve-se aos meses em que chove muito e que as mamãs/famílias não têm possibilidade de ir buscar o leite por dificuldades de transporte, sendo que os principais meios (a pé e/ou de bicicleta) ficam inviabilizados. Os meses em que existem aumentos são, geralmente, os meses de fome, em que as mamãs se encontram malnutridas, deixando de ter leite materno.
Neste ano de 2020 verificou-se um aumento significativo de bebés apoiados (quase o dobro), pois o facto de não ter chovido fez com que as colheitas fossem mais fracas e por isso houve mais fome do que o habitual. Como as mamãs têm grande escassez de comida, alimentam-se mal e, consequentemente, quase não têm leite materno, ou o que têm não é suficiente para alimentar a criança, e como tal necessitam de recorrer ao apoio de leite de complemento para conseguir alimentar os seus bebés. Verifica-se também um aumento do número de bebés órfãos de mãe.
Devido à situação actual de pandemia, e ao facto de Moçambique ter decretado estado de emergência, foi necessário reformular a entrega das latas de leite. Quem vive mais perto da Missão e recebia uma lata de leite por semana, começou a receber duas latas de leite e a vir à Missão de duas em duas semanas, para serem avaliados mamã e bebé. Quem vive nas comunidades mais distantes e vinha de duas em duas semanas, começou a receber três latas de leite e a vir de três em três semanas, a fim de diminuir a exposição ao vírus e o número de vezes que necessitam de se deslocar e/ou sair das suas comunidades. Há sempre o incentivo à utilização de máscara, explicando o correcto uso da mesma e os cuidados de saúde acrescidos necessários nesta fase.
Tendo-se verificado um aumento significativo de mamãs/famílias com bebés desnutridos que recorrem à Missão de Ocua considera-se premente que em 2021 se aumente o número de bebés mensalmente assistidos de 30 para 60.
Considera-se pertinente continuar a apostar e aumentar as formações às mamãs e famílias sobre as questões de amamentação, com a finalidade de uma alimentação saudável, de higiene a ter com os biberões, preparação do leite, e com os bebés e crianças; e também o incentivo à melhoria da alimentação das mamãs, para que possam continuar a amamentar os seus bebés, salientando sempre que o leite materno é o melhor alimento que podem dar às suas crianças.
Verificou-se, ao longo do ano, que o acompanhamento e a avaliação dos bebés e das mamãs realizado na Missão, aquando da entrega semanal do leite de complemento, são um incentivo para as idas ao posto de saúde, identificação/registo da evolução do bebé (cartão fornecido no posto de saúde), vacinação, pesagem e melhores cuidados de higiene.





























O projecto “De 1 escola a 5 aldeias” é uma iniciativa da Associação Capulana que teve o apoio da APARF durante o ano de 2020. Foram apoiadas cerca de 300 crianças com a distribuição de uma refeição diária, material escolar, roupa e calçado. Foram garantidas a compra e entrega dos bens alimentares, cuja confecção foi da responsabilidade das mães dos alunos.
Ao longo de todo o ano foi mantido o contacto permanente com os directores das escolas, dando todo o apoio necessário. Foram realizadas várias actividades e iniciativas como a sensibilização para a importância das regras de protecção contra a COVID-19; distribuição de lixívia e sabão; distribuição de material de limpeza como: baldes, sacos do lixo e panos; distribuição de material de higiene; distribuição de máscaras de protecção individual; distribuição de material escolar, distribuição de bens alimentares: leite, iogurtes, bolachas e sumos etc… No final do ano ainda foram distribuídos 300 cabazes com farinha de milho, arroz, massa, açúcar, óleo e sabão.
Todos estes apoios foram retribuídos com um impacto positivo, entre outros: no aumento da assiduidade e pontualidade dos alunos, melhoria no aproveitamento escolar, participação mais activa dos alunos nas aulas, melhoria das condições de vida dos alunos, nomeadamente ao nível da sua dieta alimentar, higiene pessoal e vestuário.





























É com muito orgulho que vemos as crianças que estudam no nosso jardim de infância ingressarem na escola primária. Têm um nível de preparação superior ao nível de outras crianças. Isso só é possível devido ao esforço dos missionários aqui presentes, os quais procedem ao acompanhamento diário dos professores, crianças e suas famílias.
Porém, desde o início, os Missionários Combonianos sentiram a necessidade de permitir o acesso a um ensino pré-escolar numa zona rural, numa aldeia onde não existisse um jardim de infância. Foi escolhida a aldeia de Ohaba, uma aldeia maioritariamente habitada por Gumuz, onde hoje existe um jardim de infância, gerido pelos Missionários Combonianos.
Para a mentalidade rural a importância da escola, da instrução, não é ainda suficientemente entendida especialmente por parte dos pais dos meninos.
Ao longo do ano lectivo conseguimos construir mais salas que permitiram mais crianças no ensino pré-escolar; de igual modo, investimos na formação de uma professora Gumuz que possa dar continuidade ao ensino pré-escolar, mesmo quando há dificuldades, especialmente conflitos étnicos. Apesar das várias dificuldades encontradas, não desistimos em propor a possibilidade do ensino pré-escolar para todas as crianças da área rural de Ohaba, esperando que, com o tempo os pais comecem a compreender melhor a importância da escola para os filhos. Por outro lado, não poupamos os esforços para tentar atrair as crianças a participar.
Desde 2013 a APARF tem sido o principal parceiro dos Missionários Combonianos na execução deste programa. Com a ajuda que recebemos de V. Exas. podemos comprar o material escolar que precisamos, bem como o necessário para a alimentação das crianças: arroz, feijão, milho, óleo, cebolas, chá e açúcar.
As crianças colaboram com o pequeno serviço de procurar e trazer lenha para preparar a merenda que comem ao meio da manhã. Para a maioria das crianças, esta é a única refeição que tomam até à noite, altura em que os pais regressam do trabalho, no campo.


























































A Congregação das Irmãs Franciscanas da Visitação de Maria atendem e acompanham mães grávidas e crianças dos 0 aos 5 anos de idade.
O apoio da APARF foi aplicado na compra de géneros alimentícios e medicação para auxiliar na alimentação das crianças e mães gestantes desnutridas. Atendem uma média de 40 crianças e cerca de 20 mães gestantes por dia.































“… em Março de 2020 fomos surpreendidos pela pandemia gerada pelo vírus COVID-19, a qual nos obrigou a adaptar às normas impostas pelas autoridades de saúde e às limitações impostas pelas mesmas. […] O outro desafio que tivemos pela frente, foi resultante do conflito que se verifica no norte da província, onde milhares de vidas têm sido ceifadas e centenas de milhares de pessoas viram-se obrigadas a abandonar as suas residências e os seus pequenos ofícios. […]
Para ajuda à população contamos com os apoios da APARF, que nos financiou com 10.000€, e com as pequenas contribuições das comunidades locais.”





























Este ano foi de muita dificuldade para o nosso Centro pois, com o Covid-19, as ajudas locais reduziram a quase 85%.
O terreno agrícola que nos tem ajudado muito, em hortaliça e milho, não deu nada por causa da grande seca. Não choveu quase nada.
A escola infantil de 103 crianças, entre as quais as nossas do Centro, está encerrada devido ao Covid 19.
Entre Abril e Maio tivemos muita dificuldade para manter o Orfanato. Só o pão estava garantido graças à generosidade duma senhora que diariamente fornece 70 pães ao nosso Centro.
Quando estávamos a ver a possibilidade de procurar famílias de acolhimento por falta de meios de subsistência, o que não seria nada fácil encontrar “as famílias sonhadas” neste contexto de pandemia, apareceu, como que caído do céu, o dom da APARF. Foi um momento de grande alívio e de acção de graças pois a hipótese de entregar as nossas crianças a famílias de acolhimento entristecia-nos muito. A Acção Social tinha-nos aconselhado a reduzir para 40 o número de crianças do Centro, enviando os mais crescidos para famílias que aceitassem acolhê-los. Os que tinham ido não ficaram dois meses nas referidas famílias. Foram regressando um por um e hoje estão todos no Centro. Acolhemo-los de braços abertos e coração alegre porque a estadia deles fora do Centro constitui uma grande preocupação para nós.
Este dinheiro foi utilizado em: alimentação, produtos de higiene, vestuário, saúde e cadernos.
Foi possível termos saldo este ano porque as crianças não tiveram aulas; por conseguinte, não tivemos despesas com o material escolar. Apenas compramos cadernos para a sala de estudo em casa.






















